domingo, 13 de dezembro de 2009

Capítulo 3_ O Bilhete


Após mais um dia cansativo de trabalho, no escritório da clínica Blue Heaven. Karen estava exausta e após fechar a porta do local de trabalho, entregou o molho de chaves para a recepcionista e seguiu para o estacionamento na garagem do prédio. Dirigiu duas horas até sua casa, que ficava perto de montanhas e de um lindo riacho. Era nove da noite quando finalmente chegou a seu lar. Do jardim da casa, podia ouvir os miados de Spence, que reclamava de fome. Enquanto isso Ryan estava em um bar próximo a um beco sujo e sombrio pensando em Karen, mas Ryan tinha alguns problemas por lá. Algumas prostitutas protestavam na frente do boteco. O lindo moço perdeu a paciência e prendeu todas para servir de alimentação a velhos amigos. Logo depois de jogar as vampiras vagabundas em um porão fétido e empesteado de ratos, sentiu os chamados de Spence que pedia para trazer alguns peixes frescos e garrafas de leite, sem que sua dona percebesse.



Karen entrou em casa e antes de mais nada, serviu seu amado gato com uma generosa porção de ração. Tomou um maravilhoso banho e deitou em sua cama para relaxar. Vestida com sua longa camisola de seda preta começou a refletir sobre a estranha visita daquele rapaz ao seu escritório. Algo nele era fascinante, a jovem moça não conseguia parar de pensar no rapaz um só momento e cada vez que a imagem dele vinha em sua mente seu coração acelerava fervorosamente.


Enquanto Karen dormia, Ryan andava pelos becos da cidade quando teve uma grande idéia. Pensou em levar um bilhetinho até a casa da moça, mas para isso precisaria da ajuda de Spence. Resolveu passar num velho amigo Japonês, um vampiro oculto que tinha fetiche por sangue de senhoras já idosas e a comunidade vampirica o odiava muito. Então Ryan foi ate a esse armazém e encontrou com Katsouri e numa pequena conversa, Lord Ryan o jogou para longe dizendo que se ele não desse os peixes que queria, o mataria e entregaria a cabeça como troféu ao bar de vampiros da cidade. Muito temeroso, Katsouri o entregou todos os peixes que tinha.O jovem vampiro seguiu para casa de Karen com o alimento predileto de Spence,levando também no bolso de sua jaqueta de couro, um bilhetinho pedindo para que marcasse um encontro com a doce donzela.Logo que chegou, entregou os peixes ao felino e o papel,pedindo que o colocasse na cama de Karen.


O dia amanheceu e a linda menina acordava e se remexia sem parar entre os lençóis brancos de linho. Até que em uma dessas Spence, miou bem alto, fazendo com que ela desse um pulo da cama.


_”Seu danado! Spence, me acordou outra vez, na próxima eu te boto no olho da rua.” Bocejou e espreguiçou os braços logo após de pronunciar a frase esbravejando.


_”Se pensa que esqueci que você conversava com aquele louco, está muito enganado. Eu ouvi você falando e não estou caducando. Só não sei porque não fala comigo também.” O gato miou em protesto, Karen percebeu que tinha um papel entre os dentes do felino.


_“Ah Spence, agora deu para comer papel também? Está velho demais, me dê isso aqui!” Arrancou o papel da boca do felino que quase se partiu em pedaçinhos. Olhou e pode ver uma letra muito bonita, com formas magníficas, desenhada no estilo medieval. Começou a ler então o bilhete que começava com o seu nome. O bilhete dizia:

“Oh minha doce Lady Lucy peço que possa me perdoar por ter aparecido assim de uma forma tão grossa perante você, vossa magnífica dama dos meus sonhos. Neles vejo uma floresta virgem onde tu corres com lindos vestidos de seda e teus cabelos a brilhar no vento que vem do assopro da terra. Peço que vos, minha Lady Karen, não desconte nem expulse Spence, tente entender que ele é uma pessoa normal, assim como nós. Peço que me encontre na Rua Henry V, Nº. 526, ao lado do bar de estilo
Gótico, ás 19 horas se possivel, assim que o sol se for. Quando estiver lá, eu lhe contarei toda a verdade.”

Logo após ler o bilhete, a jovem moça permaneceu pensativa. Será que deveria ri ao encontro do moço? Seria algo perigoso demais para uma jovem dama? Já era tarde para voltar atrás, precisava saber realmente o que estava acontecendo. Aconchegou-se em meio aos lençóis brancos de linho e permaneceu por mais alguns minutos. Precisa repor suas forças, pois no fundo algo a dizia que deveria estar preparada para o encontro que iria chegar.


Enquanto isso em sua casa Ryan, descansava na parte do dia ouvindo Chopin seu compositor favorito e ficava pensando positivamente que a curiosidade de Karen seria maior e ela iria ao tal encontro, para saber quem Ryan era realmente, o que eram essas tais coisas que ele queria dizer para ela. Nesse mesmo instante, ele enviava através de mensagem telepática, um recado que dizia :”_ Spence,obrigado amigo te devo uma!”


Já era hora de Karen se arrumar para o trabalho, levantou da cama e seguiu para o banheiro, quase pisando no rabo de Spence que estava agitado aquela manhã. Antes de entrar na ducha de água quente, ligou o rádio em uma estação que sempre tocava boas músicas de metal, isso sempre aliviava seus pensamentos. Queria muito saber o que a afligia, mas mesmo que tentasse incansavelmente, não conseguia.

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